
Essa expressão "não corrija os seus alunos" direcionada aos professores quer dizer que você, professor, precisa de muita cautela no momento de corrigir os seus alunos. São necessários alguns cuidados e um dos primeiros é não entupir o bailarino de correções, principalmente se for da turma do Ballet Adulto Iniciante.
O aluno já chega em um mundo novo quanto à postura, pois precisa crescer, coisa que geralmente não é praticada no dia a dia, precisa encaixar o quadril, virar as pernas en dehors, subir os cotovelos, abaixar os ombros, etc, só na postura são várias correções, e aí quando ele vai fazer o primeiro tendu já vêm mais um monte "vira em dehors, estica a pontinha do pé, cuidado com o quadril", isso quando o professor ainda entope o aluno com vários nomes difíceis, de músculos, enfim. Isso só vai fazer com que o bailarino queira parar de fazer a aula, e não é isso que queremos, pois professores querem, além de ensinar, propagar a arte do Ballet Clássico para milhares de pessoas, fazer com elas se apaixonem para que essa arte nunca morra, essa é a nossa função como professor.
Então, a partir do momento que começamos a encher a bailarina de correções, só estamos dando estímulo para ela acreditar que Ballet é difícil, impossível de aprender depois de adulto, etc, e todos aqueles mitos se tornam verdades para ela, só porque você lotamos ela de correções.
A segunda dica sobre esse assunto é sobre o cuidado que devemos ter para não repetir a explicação. Cada pessoa tem uma maneira de aprender, algumas são pelo estímulo visual, ou seja, ela olha alguém fazendo, assimila, associa com a explicação que lhe foi dada, produz e aprende, porém o que ela viu tem mais peso no processo de aprendizagem, outras aprendem mais ao ouvir, isto é, o peso no que ela ouve, é maior e outras pessoas aprendem mais praticando. Sendo assim, sabendo que cada um aprende de uma forma diferente e você ainda não sabe como aquele aluno funciona, você precisará encontrar maneiras diferentes de explicar o passo para ele até encontrar a melhor maneira que fará com que ele aprenda. Ficar repetindo a mesma explicação não vai adiantar nada, crie maneiras diferentes de explicar o mesmo passo.

A terceira dica sobre correções é: não finja que não viu. A questão é que muitas vezes os alunos querem ser corrigidos, porém ele só pode receber no máximo três correções para que o cérebro consiga absorver em um espaço curto de tempo. Por isso, não adianta enchê-lo, passe poucas correções, explique de várias maneiras para entender qual é o estilo de aprendizagem daquele aluno, porém não finja que não viu que ele fez algo de errado. Por exemplo, se ele fez uma perna en dedan e você já tinha corrigido isso, simplesmente diga "cuidado com a perna en dedan", simples assim, não precisa corrigir tudo de novo.
Portanto, o processo de correção é assim: primeiramente, não fique entupindo o aluno de correções, faça no máximo três durante aquele exercício, dessas três, explique de várias formas até que ele entenda, para que ele tenha ferramentas e ver qual é a melhor para ele aprender, mostre, fale, peça para ele fazer e após isso, caso você veja algum erro que já foi corrigido, apenas alerte sobre ele. Se isso não for feito e o aluno perceber, ou o aluno de trás perceber que você viu e não corrigiu, pode soar duas coisas: que você não sabe o que está fazendo e a segunda é que o aluno pode acabar achando que é algo pessoal, que você viu e não deu a mínima.
A vida de professor de Ballet Adulto realmente não é fácil, é necessário "rebolar", principalmente quando o assunto é correção. Com o adulto acabamos lidando com a mente, coisa que não precisamos lidar em turmas infantis, pois os bailarinos e bailarinas adultas são criativos. Porém, seguindo essas três dicas, com certeza você, professor, tirará de letra o processo de correção.
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